Um dos piores pesadelos de qualquer família são as drogas.
As drogas representam um dos principais fatores ligados à
morte de jovens, à violência e ao crime. Mas como saber se seu filho está envolvido
com isso? E como lidar com a situação em caso de envolvimento?
Este assunto está além da psicologia apenas, pois a teoria
se torna muito mais simples que a prática, tratando-se de uma vida que está em
jogo. É comprovado que grande parte dos jovens envolvidos com drogas, entra
neste universo por algum motivo fútil.
A base de toda a família é a confiança, confiança jamais
acarretará em bons resultados se não houver diálogo constante. Se você sabe
oque seu filho (a) sente e pensa, se torna mais fácil qualquer possível
diagnóstico preventivo. Uma coisa é
certa, 80% dos jovens irão experimentar algum tipo de droga, dentre elas as
legalizadas como o tabaco e o álcool e as ilícitas, principalmente a maconha, a
juventude tem muito daquela coisa de tentar descobrir o porquê certas coisas
acontecem, então se o jovem possui amigos que usam, é muito provável que
tentará descobrir o porquê o amigo usa, na forma prática, experimentando. A
base da confiança é oque irá definir se essa pessoa dará ou não continuidade ao
uso.
Se o jovem vê a droga como algo positivo socialmente, é
muito provável que fará uso dela, para ganhar status em seu grupo social,
dentre os amigos e pessoas as quais quer impressionar.
Dizer que é errado fazer o uso, não é um bom remédio, pois grande
parte dos jovens sente atração pelo ilícito, por quebrar alguma regra, assim,
impressionando pessoas que pensam da mesma maneira.
Violência doméstica, a famosa surra, é o pior dos remédios,
tratando-se deste assunto. Pode criar algum tipo de revolta, assim acarretando
na quebra da confiança familiar e o refúgio, provavelmente seriam as drogas, ou
seja, teria o resultado contrário ao do intuito inicial.
O diálogo preventivo é sim muito importante, porém, deve ser
abordado da maneira correta, nada de frases desafiadoras como: “Se usar, vai
apanhar.”, “Se usar não entra mais em casa.” Ou algo que possa acarretar em
algum tipo de desafio mental negativo, a partir do momento em que o jovem sente
que a família não confia em sua conduta, ele sente também que a família não
merece sua confiança.
Por experiência própria, de um jovem que já experimentou o
ilícito e apesar das tentações proporcionadas, deu preferência à confiança da
família, eu digo.
Minha mãe me criou junto a outros dois irmãos, sempre
falando abertamente sobre todos os assuntos, afinal, meu pai faleceu
precocemente quando eu tinha apenas seis anos de idade, meus irmãos ainda mais
novos. Meu pai foi vítima do álcool e das drogas, então minha mãe sempre
abordou as drogas como algo constrangedor, algo ao que eu me envergonharia, não
haveria motivo de orgulho no caso do uso, demonstraria toda minha fraqueza e a
deixaria decepcionada, porém, ela jamais me proibiu de usar. “Eu confio em
você”.”, “Você é inteligente, não tenho motivos para preocupar-me”.”,” Promete
que jamais irá me decepcionar?”.
Essas foram frases que me fariam sentir muito mal caso eu
fizesse o uso de drogas, como realmente me fez, minha fase de experiência com o
ilícito, durou cerca de duas semanas, me senti realmente um lixo, desde o
primeiro dia por ter traído a confiança de minha mãe, mas eu queria saber o porquê
meus amigos se sentiam tão bem usando então continuei por mais alguns dias, mas,
a partir do momento em que a pessoa se sente mal por usar a primeira vez, de
forma que ela realmente se envergonhe por isso, a experiência com as drogas não
será legal, a droga só irá potencializar a sensação de culpa e vergonha (na
Bad, como os jovens dizem.), tornando assim algo com oque a pessoa não irá
querer conviver mais.
Minha mãe soube da experiência que tive com as drogas e,
quando a questionei sobre, ela me disse: “Eu sabia que um dia experimentaria,
mas como te disse, confio em você, é inteligente demais para esse tipo de
coisa, meu homenzinho.”. Desde então, nunca mais me envolvi com drogas e sequer
tive novamente vontade de fazer uso, mesmo de forma casual, não é mais algo que
me atrai, muito pelo contrario, penso que é algo constrangedor, pois hoje em
dia eu sei fazer muitas coisas para impressionar as pessoas as quais quero, de
forma que mantenho a confiança de minha família. Quando questionei futuramente
meus irmãos sobre o assunto, os dois admitiram já ter usado e descobri que o
motivo por não terem continuado nas drogas, foi exatamente o mesmo, a vergonha,
o constrangimento, a culpa, não foi legal como pensaram que seria.
Muitos amigos meus começaram a usar drogas de maneira fútil,
apenas por diversão, outros por algum tipo de revolta ou decepção com algo e
muitas vezes vinham falar comigo de forma que eu percebia que eles realmente
não tinham com quem compartilhar seus sentimentos, não tinham com quem
conversar ou em quem confiar para certos assuntos. Por isso creio que no mundo
moderno, hoje, é necessário dialogarmos sobre tudo, fazer com que seu filho (a)
confie em você e sinta que confia nele (a).
Pode ter certeza, a partir do momento que se estabelece esse
elo de confiança múltipla. Não terá problemas investigando se seu filho está
envolvido com drogas, em caso de envolvimento, ele mesmo lhe contaria.
Caso ainda não haja este elo, um fator importante a se
observar é: mudanças repentinas no comportamento, no humor, companhias
suspeitas, lugares frequentados, mas lembre-se, caso confirme a suspeita,
aborde o assunto de maneira confiante e diga a seu filho que confia nele,
ressalte o quanto ele é importante para ti e o quanto o ama, só depois o
questione sobre o assunto. Ninguém sai das drogas de forma forçada, então faça
com que ele recupere a confiança em si próprio primeiramente e depois na
família, faça com que ele se sinta importante e ressalte as qualidades dele, de
forma que ele perceba que não necessita das drogas para impressionar. Quando
nos sentimos importantes para alguém, sabemos que essa pessoa precisa de nós e
sabemos que devemos continuar bem para fazer o bem a ela. Bronca não adianta
surra não adianta, mas o amor supera qualquer desafio.
(Martin Rose)